Bastou
que o Luis Fernando Veríssimo fizesse sua alegre defesa em prol do
trema e logo surgiram hordas de papagaios alvoroçados acenando com os
lenços saudosos e indignados pelo assassinato anunciado do pobre acento
diacrítico do português do Brasil.
É claro que a última reforma
ortográfica foi extremamente saudável e positiva para a nossa língua,
além de aproximar o português da unificação, também desburocratizou
alguns aspectos da escrita.
Infelizmente, a bisonhice sobre o
assunto e os protestos obscurantistas de quem nem ao menos ainda havia
lido o conteúdo das mudanças criaram uma atmosfera de rejeição ao passo à
frente que nossa Gramática estava dando. Por um momento, as
simplificações de algumas regras pareceram uma heresia que foi
brutalmente condenada pelos peseudointelectuais da vez. Por pouco não
sentenciaram os reformistas à fogueira da blasfêmia.
Mas não há o
que discutir, a reforma ortográfica veio para ficar e para melhorar a
relação do usuário com a língua pátria. Ações como esta devem ser
louvadas e criticadas somente com o intuito de aperfeiçoar a
evolução linguística e nunca com o espírito retrógrado.
A
língua não precisa ser um cartório repleto de regras confusas e
descartáveis, a língua só precisa ser um doce prazer para quem fala,
ouve e escreve.
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